26 de fevereiro de 2009

A Hora da Estrela

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Referência:


LISPECTOR, Clarice. A Hora da Estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.

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Comentário:


Este livro é uma edição acompanhado de CD duplo com o texto inteiro narrado pelo Pedro Paulo Rangel. Em outras palavras, vem acompanhado de um audio book. Eu ouvi ele todo e amei!

É uma experiência muito peculiar ouvir Miss Lispector, especialmente em se tratando deste livro que é escrito em primeira pessoa e que traz as divagações de um escritor (um personagem, Rodrigo S.M.) enquanto escreve uma história.

Para localizá-lo com mais facilidade, o ISBN: 85-325-2127-4.

Ah! A dedicatória da autora é narrada pela cantora brasileira Maria Bethânia.

P.S: Clarice tem uma forma diferente de pontuar e, por isso mesmo, reproduzo sua pontuação.

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Trechos selecionados:


[São pensamentos/falas de Rodrigo S. M. que escreve sobre uma mulher nordestina.]

"Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida." (pq. 9)

"Porque há direito ao grito.
Então eu grito.
Grito puro e sem pedir esmola."
(pg. 12)

"Quem já não se perguntou: sou um monstro ou isto é ser uma pessoa?" (pg. 15)

"Se tivesse a tolice de se perguntar 'quem sou eu?' cairia estatelada e em cheio no chão. É que 'quem sou eu?' provoca necessidade. E como satisfazer a necessidade? Quem se indaga é incompleto." (pg. 15)

"Apaixonei-me subitamente por fatos sem literatura - fatos são pedras duras e agir está me interessando mais do que pensar, de fatos não há como fugir." (pgs. 15 e 16)

"Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite." (pg. 18)

"A classe alta me tem como um monstro esquisito, a média com desconfiança de que eu possa desequilibrá-la, a classe baixa nunca vem a mim." (pq. 19)

"Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias." (pg. 22)

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4 comentários:

  1. Queria baixar esse CD-Audio pra ouvir......

    =)

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  2. Ela creditava em anjos e por acreditar, eles existiam.. Linda essa frase. !

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  3. Oi! Eu estou fazendo minha dissertação sobre esta obra e queria saber se você poderia me ajudar, se sim me manda uma msg via Facebook, meu nome é Ana Paula Delavigne. Obrigada!

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