23 de outubro de 2010

Citação de "Pensées et propos" de Heinrich Heine por Jacques Semélin: Purificar e destruir.

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Referência:

HEINE, Heinrich. Pensées et propos. In: SÉMELIN, Jacques. Purificar e destruir. Usos políticos dos massacres e dos genocídios. Tradução: Jorge Bastos. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009.

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Comentário:

- Jacques Sémelin coloca esta citação de Heinrich Heine na abertura de seu livro.

- O título original é "Purifier et détruire".

- A contracapa traz os questionamentos: "Como isso pode acontecer? Como se pode chegar a matar milhares, dezenas de milhares, até mesmo milhões de indivíduos indefesos? E por que, além disso, fazê-los sofrer, violentá-los, martirizá-los antes de destruí-los? Como isso pode acontecer?"

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Trecho selecionado:

[ressaltando, esta citação abre o livro de outro autor!]


"Eu sou o ser mais pacífico possível. Meus desejos são: uma modesta choupana com cobertura de palha, mas possuindo uma boa cama, boa mesa, leite e manteiga bem frescos, com flores nas janelas; diante da porta, algumas belas árvores. E, se Deus misericordioso quiser me deixar realmente feliz, que me conceda ver uns seis ou sete, mais ou menos, dos meus inimigos enforcados nessas árvores. Com o coração comovido, perdoarei, antes de morrerem, todas as ofensas que me fizeram em vida – pois, é claro, os inimigos devem ser perdoados, não antes, porém, de estarem enforcados."
Heinrich Heine
P.7
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22 de abril de 2010

Orgulho e Preconceito - 3 de X

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Referência:

AUSTEN, Jane. Orgulho e Preconceito. Tradução: Lúcio Cardoso. Coleção Grandes Sucessos. São Paulo: Abril Cultural, 1982.

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Comentário:

Novos projetos pessoais e profissionais em anadmento. As leituras estão meio paradas... mas nada como relembrar meu livro preferido de Jane Austen!

Comecei a reorganizar os trechos que gosto por tema... este seria o da Altivez.

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Trechos selecionados:

[O que está entre colchetes são explicações minhas!]


[No primeiro baile, Mr. Bingley insiste que Mr. darcy dance e sugere Lizzy Bennet como par. Sobre ela e em resposta:]
[MR. Darcy] - É tolerável, mas não tem beleza suficiente para tentar-me. Não estou disposto agora a dar atenção a moças que são desprezadas pelos outros homens. É melhor você voltar ao seu par e se deliciar com os sorrisos dela, pois está perdendo seu tempo comigo.
(pg. 15)

[a autora descrevendo as irmãs de Mr. Bingley]
"...tinham portanto as aptidões necessárias para pensar bem de si mesmas e mediocremente dos outros. Provinham de uma família respeitável do norte da Inglaterra, coisa que guardavam mais profundamente impressa em sua memória do que o fato de sua fortuna, bem como a do irmão, ter sido adquirida no comércio."
(pg. 19)
Obs: Não acrescentei vírgulas, deixei como está no livro.

[a autora descreve o que Mr. Darcy achava da irmã de Lizzy, Jane Bennet, pretendente do amigo, Mr. Bingley]
"Reconhecia que Miss Bennet era bonita, embora sorrisse demais."
(pg. 20)

[Ainda sobre o 1º baile... sobre as críticas de Mr. Darcy que Lizzy ouviu sem querer. Falam Mrs. Bennet, Lizzy e Miss. Charlotte Lucas]
- Se eu fosse você, Lizzy - disse a mãe -, na próxima vez me recusaria a dançar com ele.
- Creio que posso lhe prometer com segurança que nunca dançarei com ele.
- O orgulho dele não me ofende tanto - disse Miss Lucas - como o orgulho em geral, porque existe um motivo. Não é de admirar que um rapaz tão distinto, com familia, fortuna, tudo a seu favor, tenha de si mesmo uma alta opinião. Se posso exprimir-me assim, ele tem o direito de ser orgulhoso.
- Isto é bem verdade - replicou Elizabeth -, e eu perdoaria facilmente o seu orgulho se ele não tivesse mortificado o meu.
(pgs. 22 e 23)

[a autora, sobre o momento que se seguiu à recusa de Lizzy à proposta de casamento de Mr. Collins]
"Enquanto isto, Mr. Collins meditava, na solidão, sobre o que tinha acontecido. Ele possuía uma opinião desmasiado alta de si mesmo para compreender o motivo por que a prima o recusava."
(pg. 107)

26 de fevereiro de 2010

Eu tb não gosto de plágio!

Tenho livro em que percebi erros na tradução, mas como o livro é bilingue, achei que ver o original compensava os erros detectados. Afinal, todo mundo é passível de erros.

Mas... até encontrar esse blog: Não gosto de plágio.

Fique você também de olho!

16 de fevereiro de 2010

Era uma vez na América - extras DVD

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Referência:

Extras do DVD "Era uma vez na América" (Once upon a time in América). Direção: Sérgio Leone. Baseado na obra "The Hoods" de Harry Grey. Estados Unidos, 1984.

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Comentários:

Este filme é incrível! São quase 4 horas muito bem aproveitadas. O filme tem um jogo de tempos diferentes (sim, já faziam isso na década de 1980).

Para quem gosta de filmes de mafiosos, é imperdível!

Curiosidade:

1) Sergio Leone levou 11 anos para começar a concretizar seu projeto pessoal (este filme).

2) O esboço do roteiro - feito pela equipe de roteiristas a partir do livro "The Hood" tinha 200 páginas. O roteiro desenvolvido (que não era ainda o final) tinha 400 páginas.

3) O livro que inspirou o filme foi escrito por um ex-gangster que havia s etornado informante da polícia. (Do wikipedia com fonte: Hughes, Howard. Crime Wave:The Filmgoers' guide to the great crime movies. pp.156-157).

4) O filme foi lançado e bem aclamado pela crítica no Festival de Berlim em 1984.

Porém, os estúdios optaram por fazer uma "versão comercial" do filme para o lançamento nos EUA: tiraram os bem-estruturados e planejados flashbacks e cortaram cerca de 90 minutos de um filme que cada cena é imnportantíssima para o enredo e para a nossa emoção.

Esse foi o último filme de Sérgio Leone... dizem que ele não fez mais por desgosto.

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Trechos selecionados: depoimentos dos extras do DVD:


Arnon Milchan (produtor do filme):

"Caminhando sem parar, eu vi, no terraço principal de Cannes, um rosto inconfundível. 'Ai, meu Deus! Este é Sérgio Leone!' Eu não sabia, na época, que ele estava sentado naquele terraço havia 11 anos esperando alguém se aproximar, se apresentar e dizer: 'Posso assinar o cheque para financiar o seu filme e produzi-lo?'."



Stuart Kaminsky (roteirista):
- Trabalhou em cima da adaptação para cinema que já havia sido feita pelo time de roteiristas... está creditado como "diálogos adicionais"


"Ele [Sérgio Leone] leu todo o roteiro comigo lá. 400 páginas. Rindo sem parar! Ele olhou para mim e disse, pondo o roteiro de lado: 'É muito engraçado! Não quero que seja engraçado.' E eu comecei a escrever de novo."

"Eu me lembro especificamente de uma página em que Noodles [protagonista], personagem de Robert de Niro, encontra Tuesday Weld [cuja personagem é Carol] num hospital.
Ele olhou o roteiro e disse:
-Preciso de mais 10 palavras.
E apontou para uma fala de Tuesday Weld. Eu disse:
- Não está bom assim?.
E ele:
- Está. Preciso de mais 10 palavras.
Perguntei:
- Por quê?
E ele:
- Ela vai andar daqui até lá e eu quero que ela fale durante o caminho todo.
Ele já sabia como seria o set, que distância ela andaria, sabia onde a câmera ficaria, antes mesmo de o set ser construído, de qualquer coisa ser feita. E que precisava de mais 10 palavras para Tuesday Weld atravessar o local."



James Wood (co-estrela do filme, ao lado de Robert de Niro):
- Sobre a visão do diretor e persistência de conseguir fazer como queria.

"Uma vez estávamos fazendo uma cena em que Robert de Niro saía da prisão e eu devia encontrá-lo. Sergio estava numa grua enorme. Estávamos no Brooklyn, no meio da rua, e Sérgio viu que ía chover. Ficou esperando na grua porque ía fazer uma panorâmica da rua e aproximar a câmera de nós dois e queria que chovesse no meio da tomada. Ele estava tentando programar a tomada para isso. Não dava para ter máquina de chuva por causa da panorâmica do início [a máquina apareceria]. Eu pensei: 'Só Sergio Leone esperaria Deus fazer chover no meio da tomada e confiaria que, quando ele dissesse 'Ação!' Deus esperaria para fazer as nuvens se abrirem. Para minha surpresa - ou melhor, admiração - fizemos a tomada e começou a chover no meio dela, claro!"

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